sexta-feira, 31 de julho de 2009

O REMORSO DE BALTAZAR SERAPIÃO

DEPOIS TANTO OUVIR FALAR DE UM TAL VALTER HUGO MÃE, AO VER O LIVRO NUMA LIVRARIA A UM PREÇO CONVIDATIVO, DECIDI LEVÁ-LO PARA CASA PARA VER SE VALIA OS ELOGIOS QUE LHE TECIAM.


SEM TEMPO OU DISPOSIÇÃO PARA UM COMENTÁRIO EXAUSTIVO FICAM SÓ ALGUNS PONTOS QUE GOSTAVA DE DISCUTIR PESSOALMENTE COM ALGUMAS PESSOAS QUE LERAM O LIVRO.

SENTI-ME USADO. PARECEU-ME SER O ROMANCE APENAS UMA DESCULPA PARA NOS SENSIBILIZAR PARA DETERMINADOS TEMAS.

SENTI-ME USADO. O LIVRO MUITO POUCA HISTÓRIA TINHA. ATÉ HAVIA ALGUMAS PERSONAGENS CURIOSAS, MAS ACABO O LIVRO SEM TER PASSADO UM BOM BOCADO, SEM ME TER DIVERTIDO, SEM ME TER SENSIBILIZADO, SEM ME SENTIR QUE TENHA APRENDIDO ALGUMA COISA DE RELEVANTE.

SENTI-ME USADO. NÃO PERCEBI QUAL O PROPÓSITO DE USAR ALGUMAS LIBERDADES ESTILÍSTICAS. APRECIO O VIRTUOSISMO DA ESCRITA, MAS DISPENSO.

PS: Ainda assim seria injusto se dissesse que o livro é mau. Não é, nem dei o meu tempo por desperdiçado, mas esperava bem mais.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

duas notas breves sobre a AE

Isto pode ser uma coisa só minha, mas atendendo aos comentários dos últimos dias, devo dizê-lo (talvez, assim, reflicta o entendimento de muitas vozes caladas): atendendo a que existem eleições para os estudantes designarem os seus representantes na Assembleia de Representantes e no Conselho Pedagógico, a organização de actividades recreativas por parte da AE é um objectivo de primeiro nível. Não havendo AE, os estudantes continuariam a ter representantes nos órgãos da faculdade (diga-se, com mais bastante mais poder - jurídico - do que aquele a que a AE pode aspirar), mas - sem essa estrutura permanente - dificilmente haveria momentos como o jantar de natal ou, melhor, a d-league: dois eventos que me parecem muito bons. A AE é, sem dúvida, uma das grandes responsáveis por tornar a FDUP um lugar em que os alunos se possam sentir bem.
.
No que toca à defesa dos direitos dos estudantes da FDUP, em aspectos como o regulamento de avaliação de conhecimentos, mais valia que se pedissem contas aos representantes dos estudantes nos vários órgãos da Faculdade. Apontar o dedo, em primeiro lugar, à AE, parece-me um desvio de óptica, atendendo a que há estudantes que, pertencendo a um órgão deliberativo, ajudam a formar a vontade da pessoa colectiva FDUP.
(A AEFDUP, por seu lado, é uma pessoa colectiva diferente; tendo algum, espera-se, poder de persuasão, não tem voto.)

terça-feira, 28 de julho de 2009

É só fazer as contas

"O PSD é mais despesista do que o PS, segundo um estudo do professor Ricardo Reis*. Os governos de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes foram os que mais contribuíram para o aumento da despesa do Estado. (...) Pode argumentar-se que assim foi devido aos compromissos de Guterres, mas o aumento acontece sobretudo no final de mandato com Bagão Félix na pasta das Finanças. (...) o contributo do PSD para o monstro da despesa pública é quase o dobro do do PS. Na análise dos últimos governos, desde a maioria absoluta de Cavaco, se for colocado de lado o esforço para combater a crise no primeiro trimestre deste ano, são os ministros socialistas Campos e Cunha e Teixeira dos Santos os únicos a conseguir reduzir o tamanho do monstro. Outros dados do estudo: as maiorias absolutas gastam menos do que os governos minoritários. A explicação possível é de que os minoritários cedem a mais interesses e têm menos poder para com a Administração Pública."


*Professor de Macroeconomia na Universidade de Columbia e doutorado em Harvard.

A crise e o sexo

Parece que com a crise não só andamos a ter mais sexo, como mais relações extra-conjugais.

A procura de conforto e de uma fuga das atribulações do dia-a-dia parecem estar por detrás desta tendência.

Alguns sociedades de advogados afirmam subidas de 40% no número de divórcios e a Durex subidas de 22% na venda de preservativos no Reino Unido.

Divórcios, sexo fora do casamento, sexo sem procriação, preservativos. Sinto pena do Papa...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sociedade de Debates em S. Tomé?

A Inês Vouga partiu há algumas horas para S. Tomé, onde estará 2 meses como voluntária. Com ela levou a sua - minha "ex" - D40X, com o auxílio da qual espero poder ter acesso ao que ela por lá irá ver.


Para comunicar com a Inês podem escrever uma carta para: Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, Caixa Postal 411, Guadalupe, Rep. Democrática de S. Tomé e Príncipe.

O blog http://stome2009.blogspot.com/ ("Life in Guadalupe") será actualizado regularmente.

Poderão também enviar SMS para algum dos números que irão aparecer no blog.

Confesso que tenho a [totalmente infundada] esperança secreta [agora bem menos secreta] de ver a Inês a organizar uma Sociedade de Debates por lá.

domingo, 26 de julho de 2009

Esta casa acredita que a democracia é um autocarro























As festividades de fim de ano da SdD, longe de terem sido um sucesso retumbante, acabaram por cumprir aquilo a que se proposeram, proporcionando a todos momentos de descontração, depois de uma época de exame que acabava de terminar.


Sem mais considerações, deixo-vos os vídeos do debate em que, nas escadas do Tribunal da Relação do Porto, se defrontaram Guilherme (73 pontos) & Henrique (72 p.) e Canotilho (70 p.) & Ary (74 p.).

Uma tarde muito bem passada ao ar livre, em que até as coisas mais sérias foram tratadas entre duas gargalhadas. Por quem esteve e por quem não conseguir ir temos mesmo de repetir.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Traz uma Amiga e um Candeeiro Também ;)

Pessoal é já amanha a Festa da Sociedade de Debates!!!
A festa à noite será na Faculdade em local a designar, mas para já ainda não queremos desvendar o lugar ;) podemos desde já avançar, que será uma festa ao ar livre, para poder aproveitar o calor do verão.
No entanto vamos precisar de Iluminação. A AEFDUP não possui um holofote (nos já requeremos isso) por isso se alguém arranjar um seria bom.
Como achamos que é improvavél alguém ter um holofote em casa, vamos pedir a todos e a todas que tragam um candeeiro também. O local não tem iluminação se todos trouxermos o nosso candeeiro de casa, então a local vai ficar bastante iluminado, e psicadélico 

Existem outras coisas que queremos. Portanto a lista é:

- Um candeeiro (pode ser qualquer um daqueles de mesa)
-Um Holofote (se alguém tiver)
- Data show. Muito importante!!!!
- Algumas curtas que possamos mostrar no data show (algo para termos tipo como na tenda cinejazz)
-Pessoal é preciso Cerveja!!! (eu não consegui arranjar)
- Se mais alguém quiser trazer bebidas esteja a vontade
- São precisos copos de plástico também
- Extensão MESMO GRANDE

Se todos colaborarmos a festa será fantástica ;)
Abraço

Só Utilizadores Registados

Infelizmente o registo insultuoso de certos comentários obrigou os admnistradores deste blog a limitar as intervenções a utilizadores registados, ainda que temporariamente.


Não temos tempo nem perfil para sermos censores e portanto achámos que esta medida era menos gravosa que a moderação de comentários.

Quem quiser postar pode sempre criar uma conta no Blogger, no Gmail, no Wordpress, AIM, LiveJournal ou no TypePad.

Lamentamos profundamente esta medida, que vigorá por tempo indeterminado.

Is this man Jesus?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

E não é que....

Após uma curta visita aos comentários dos últimos posts deparei com uma nova visita: em cima assina "anónimo", em baixo "legião". A dúvida adensa-se: uma legião de anónimos? Ou...talvez...sim, talvez isto ajude.

Festa de Fim de Ano (Lectivo) da Sociedade de Debates

DIA 24, Sexta-feira.

Com as férias à porta a Sociedade de Debates promove a última festa de fim ano em Julho.
As festividades começarão logo após o exame de Reais, ou seja, pelas 16h30, no Átrio e incluirão o debate em frente à CMP, jantar na Confeitaria Palácio e debate pós-jantar em local a designar.



Outras actividades e surpresas serão desenvolvidas entretanto pelo Departamente de Diversão, encabeçado pelo inexcedível Guilherme. (Vai ser depois de Reais, por isso é bom que tenham qualquer coisa na manga para animar o pessoal).

A actividade será documentada fielmente pelo Departamento de Documentação chefiado pela Daniela. Luísa, dá para trazer a câmara? (Eu levo a máquina).

E para não ficar mal recomenda-se ao Tiago e companhia da Formação que se lembrem de qualquer coisa para fazer =P

Agradece-se a todos que divulguem a actividade. O ambiente será ainda mais descontraído do que é costume por isso é uma óptima oportunidade para trazerem os vossos amigos (e amigas).

Mais informações serão entretanto divulgadas através do blog.

O Movimento Estudantil

Tese: A AEFDUP só poderá ser menos passiva se os alunos da FDUP passarem a ser estudantes da FDUP


No último ano devo ter ido a mais de 50 reuniões, fazendo muitas centenas de quilómetros, enviado e recebido centenas de emails, feito e recebido centenas de telefonemas, enviado e recebido centenas de sms, elaborado ou ajudado a elaborar uma boa mão cheia de documentos, tudo isto enquanto dirigente associativo responsável pela política educativa.

Para mais tem vindo a ser hábito que boa parte do trabalho surja durante a época de exames, o que, diga-se, não facilita nem o estudo, nem o trabalho, nem o sono.

Pela esmagadora maioria dessas despesas com transportes e alimentação não pedi reembolso à Associação, nem a qualquer outra entidade, tendo sido suportadas por mim e pela Maria João em cujo carro muitas vezes me desloco.

Nunca cheguei a usar para qualquer motivo o estatuto de Dirigente Associativo, sobretudo porque nunca me senti prejudicado na minha actividade académica pelo meu trabalho na Direcção, ou em qualquer outro órgão. Não condeno quem o faça ou quem o tenha feito, mas sim os moldes em que ela é atribuida, que dão aso a grandes e graves abusos, curisosamente praticados por quem menos faz.

Não me queixo, porque gosto do que faço, adoro as discussões, as eleições, as votações - sentir o palpitar da democracia, ganhe ou perca - mas mais que tudo adoro sentir que o meu trabalho fez ou poderá vir a fazer uma pequena diferença. Apenas publicito o trabalho que é feito porque acho injustas algumas críticas.

E daí talvez não sejam assim tão injustas... A Direcção pode e deve fazer mais e sobretudo acho que deve mostrar o seu trabalho, explicar o que anda a fazer, explicar porque é que o Ricardo, o Hugo, a Jana, o Ary, a Maria João, a Raquel, o Óscar, o Bruno, o Leo, o Guimarães, o Sérgio, a Ana Cláudia, o Pedro Noronha, a Cristina ou a Carolina andam tantas vezes atarefados pelos corredores.

Durante muitos anos os estudantes não foram realmente ouvidos nas salas de reuniões e nas assembleias. A única alternativa era ir para a rua e fazer com quem lá estava os ouvisse. Esse trabalho foi liderado pelas Associações Académicas e de Estudantes e teve resultados particularmente interessantes em Portugal e os estudantes conseguiram estar em paridade com os professores em diversos órgãos. Mas algo aconteceu entretanto, e com a despolitização da sociedade e até das associações, despolitizou-se a acção política dentro das universidades. Talvez pensando que a luta estava ganha os estudantes nas ruas desmobilizaram e os estudantes nos órgãos recostaram-se nas suas confortáveis cadeiras, isto quando lá punham os pés. Claro que falo em termos gerais, para explicar o que se passou com o movimento associativo nacional num parágrafo, mas mais reforma menos reforma foi assim possível começar a diminuir a representação estudantil à medida que também aumentavam os abusos de todos os lados. Ainda estrebuchamos, ainda se fizeram manifestações, se levou gente a Lisboa, se fizeram manifestos e greves, mas o poder dos representantes está sempre nos representados e força dos representados está na força dos representados. Como "fracos reis fizeram fraca a forte gente" foi sempre tarde de mais.

Hoje, numa sociedade amorfa, se queremos estudantes activos o trabalho não está já feito. Os estudantes não chegam a pensar mudar o mundo, a ser realistas exigindo o impossível, e por isso é que geralmente estão 20 pessoas numa RGA típica: 4 na Mesa, 12 da Direcção, 2 do Fiscal e 2 estudantes interessados que dificilmente voltarão. Com 20 pessoas numa RGA que legitimidade têm os documentos que de lá saem para falar por 1000 alunos?

A "Legião" tem duas exigências? Eu encho uma página com reclamações e sei que o efeito vai ser nulo. A força dos estudantes pode estar na sua garra, na qualidade da sua participação, no altruísmo das suas causa, na coragem das suas posições, mas na hora das decisões são os números que importam e aí os estudantes deixaram-se castrar, aí somos 4 contra 12, ou 3 contra 17. Bem podemos espernear e dizer que somos 29 mil, porque ali dentro somos 4 e lá fora não está ninguém.

E se os chamássemos? Quantos vinham?

Hoje, sem voz nas salas e sem voz nas ruas, o movimento estudantil está adormecido e os estudantes em agonia silenciosa. E não demorará muito até que estes acordem aquele. A indignação chamará os melhores, as grandes lutas desafiarão os grandes espíritos, os grandes tempos chamarão os grandes homens e o movimento estudantil erguer-se-á de novo, com nova força e antigo esplendor.


("Os tempos de antena são da exclusiva responsabilidade das entidades intervenientes")

terça-feira, 21 de julho de 2009

Partido pelos Animais

Esta é provavelmente uma das ideias mais peculiares que já vi, para a criação de um partido político. Quanto mais não seja porque o Manifesto deste partido, não diz especificamente nada, limitando-se a escrever umas coisas bonitas e a dizer aquilo que qualquer pessoa minimamente consciente com a problemática diria, mesmo sem ter para isso que criar um partido específico.
Ao menos fiquei a saber quem é a Marluce.

Para o Robespierre =)


Já à venda no IKEA ;)



Da liberdade religiosa (?)

The Church of Euthanasia (CoE), is a political organization started by the Reverend Chris Korda in the Boston, Massachusetts area of the United States.
According to the church's website, it is "a non-profit educational foundation devoted to restoring balance between Humans and the remaining species on Earth." The CoE uses sermons, music, culture jamming, publicity stunts and direct action combined with an underlying sense of satire and black humor to highlight Earth's unsustainable population. The CoE is notorious for its conflicts with Pro-life Christian activists.
According to the church's website, the one commandment is "Thou shalt not procreate". The CoE further asserts four principal pillars: suicide, abortion, cannibalism ("strictly limited to consumption of the already dead"), and sodomy ("any sexual act not intended for procreation"). The church stresses population reduction by voluntary means only. Therefore murder and involuntary sterilization are strictly forbidden by church doctrine.
Slogans employed by the group include "Save the Planet, Kill Yourself", "Six Billion Humans Can't Be Wrong", and "Eat a Queer Fetus for Jesus", all of which are intended to mix inflammatory issues to unnerve those who oppose abortion and homosexuality.
The Church gained early attention in 1995 because of its affiliation with paranoia.com which hosted many sites that were controversial or skirted illegality. Members later appeared on an episode of The Jerry Springer Show titled "I Want to Join a Suicide Cult".
Following the September 11, 2001 attacks, the CoE posted to its website a four-minute music video titled I Like to Watch, combining hardcore pornographic video with footage of the World Trade Center collapse. The montage featured an electronic soundtrack recorded by Korda and the lyrics, "People dive into the street/ While I play with my meat." Korda described the project as reflecting his "contempt for and frustration with the profound ugliness of the modern industrial world."
The church's website previously had instructions on "how to kill yourself" by asphyxiation using helium. These pages were removed in 2003 after a 52-year-old woman used them to commit suicide in St. Louis County, Missouri, resulting in legal threats against the church.

Bibliografia complementar: FAQ e um artigo 'esclarecedor'.

Amen ...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Workshop de STENCIL GRAFITTI

Boas

Há uns tempo nós falamos bastante do stencil, num post. Do que eu percebi, houve um certo entusiasmo na discussão do tema, o que foi optimo. Eu sugiro o seguinte: Eu e um amigo meu falamos e gostavamos de voltar a fazer stencil e ja agora eu pensei que podiamos fazer um workshop de stencil para o pessoal interessado aprender como se faz.
Ora há aqui um ponto previo. Nós só ensinamos a fazer os moldes e a pintar.
Se alguem depis quer usar esses moldes para pintar em paredes que não são públicas nós não nos responsabilizamos ;)
Gostava de saber se há feedback, para marcar as cenas.

Cabeça na Lua

Faz hoje 40 anos que o primeiro homem pisou solo lunar, dando assim "um pequeno passo para homem, mas um enorme salto para a humanidade". E há algo nesta coisa dos aniversários, porque parece que as mesmas forças se recriam ciclicamente. Celebramos a vida todos os anos depois do nascimento e depois da morte, celebramos o amor todos os anos depois do casamento ou do namoro, celebramos a grandeza de Portugal no 10 de Junho, a coragem e a independência no 1 de Dezembro, a família, a generosidade e a esperança no Natal, no 25 de Abril a liberdade. Enquanto ser simbólico, que comunica apenas por símbolos, necessitamos destas datas, destas referências, destas celebrações colectivas.

Aniversários são sempre boas alturas para fazer contas. Conscientemente ou não, nos nossos aniversários fazemos contas à vida (o que é que aprendi? tomei as escolhas certas? é mesmo esta vida que eu quero? vale a pena?) e quando fazemos anos de namoro também (continuo apaixonado? é esta a pessoa com quem quero passar o resto da minha vida? vale a pena?). Podemos não chegar a nenhuma conclusão, ou pelo menos não a uma conclusão verbalizada, mas a reflexão raramente é em vão.

E assim perguntamos hoje: O que é que é aprendemos? Que significa esta data para mim? Valeu a pena?

Quarenta anos depois as palavras de Kennedy continuam a servir-nos de guia. "But why, some say, the moon? Why choose this as our goal? And they may well ask why climb the highest mountain? Why, 35 years ago, fly the Atlantic? Why does Rice play Texas?

We choose to go to the moon. We choose to go to the moon... (interrupted by applause) we choose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard, because that goal will serve to organize and measure the best of our energies and skills, because that challenge is one that we are willing to accept, one we are unwilling to postpone, and one which we intend to win, and the others, too. (...) Many years ago the great British explorer George Mallory, who was to die on Mount Everest, was asked why did he want to climb it. He said, "Because it is there."

Well, space is there, and we're going to climb it, and the moon and the planets are there, and new hopes for knowledge and peace are there. And, therefore, as we set sail we ask God's blessing on the most hazardous and dangerous and greatest adventure on which man has ever embarked."

A Lua foi aí o que sempre tinha sido para escritores, poetas, filósofos e outras espécies de sonhadores: um mundo inteiro de sonhos a ser sonhados, um pedaço de terra impossivelmente longe, mas tentadoramente perto. Mas talvez de todos os discursos, de todas as histórias, de todos os poemas e livros, talvez de entre todas as formas e feitios em que vêm embalados os sonhos, aquele que mais me marcou tenha sido o pequenotestemunho de Paul Pausch. "So what were your childhood dreams? I had a really happy childhood! I mean, no kidding around: I was going back through the family archives, and I was surprise I couldn't find a picture where I wasn't smiling. (...) And there I actually there have a picture of me dreaming. I did a lot of that. You know, there was a lot of "wake up's". I was born in 1960. When you are 8 ou 9 years old, and you look at the TV set and the men are landing on the Moon anything's possible. And that's something we shouldn't loose sight of: the inspiration and the permission to dream is huge".



Pergunto-me hoje o que verão as crianças 8 e 9 anos hoje na TV, ou na internet, que lhes abra assim horizontes, que as deixe sem respiração, que as emocione, que as ensine que é gigantesco o espaço que temos para a sonhar, que são inesgostáveis as nossas fontes de inspiração, que é possível. Que em cada homem e mulher está essa capacidade para ser fazer o que nunca ninguém fez, para ousar ser diferente, para desafiar todos os que vieram antes, para ir mais longe, mais rápido, mais alto, para ser mais forte e mais ágil. Para ser melhor, para ser único, que é simplesmente outra maneira de dizer: para serem elas próprias. Porque todos respondemos com o melhor que há em nós quando chamados a fazer algo grande, algo maior do que a vida. No fundo, algo que nos faça sonhar com novas Luas e novos saltos para a Humanidade.


hão-de acabar a falar sozinhos

Por que motivo os colaboradores do suplemento Ípsilon têm invariavelmente de escrever neste estilo/registo? Acabo de ler e, mesmo não tendo estado presente no evento, fico com a certeza quase absoluta de que a crítica não foi mais do que um intenso e desvirtuado exercício de egocentrismo, colado aqui e ali com tiradas curtinhas, muitos termos ingleses a armar ao pingarelho e insultos intelectualmente cool.
Já não há pachorra. Porra.

sábado, 18 de julho de 2009

Sociedade de Debates Júnior

Fui convidado pelo Sérgio Morais (aka Mike) e pelo João Fachana (aka Faxana) para promover na última quarta-feira uma Sociedade de Debates com os alunos da Universidade Júnior que andaram peloa FDUP nos últimos dias.


Depois de uma breve explicação das regras e do normal tempo de preparação demos início ao debate, que desta vez teve a seguinte moção: "Esta Casa acredita que a democracia está sobrevalorizada".

Em tempo de exames, ando a precisar de um bom debate e este abriu-me mesmo o apetite. Vai ser desta que fazemos um em frente à CMP?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Animais Maléficos

A estudar reais deparei-me com o artigo 1321 do código civil. Ele diz:
"Os animais ferozes e MALEFICOS que se evadirem da clausura em que seu dono os tiver, podem ser destruidos ou ocupados livremente por quem os encontre"
A questão é o que é um animal maléfico? É um animal que faz o mal. Mas os animais não têm a noção do bem e do mal, por isso está aqui uma lista de animais maléficos (que efectivamente sabem o que é o mal e por isso entram no artigo 1321)
:P

-Hidra
-Manticore
-Esfinge
-Passaro estifálo
-Leviathan
-O monstro que o bewulf matou (e por isso este estava ao abrigo do 1321)
-Um basilisco
-O aragog (harry potter)
-Kraken
~Deathclaw (mutação de um lagarto americano devido à extrema radiação Fallout)
-A serpente má do livro da selva
-etc..

RE

Não sei porquê, mas não consigo comentar na SDD. Carrego para comentar e o comentário nunca carrega. Por isso, fica aqui, em post, o que queria dizer a propósito do post anterior.
"O comunismo na sua ideologia não nega direitos e liberdades fundamentais ". Liberdade de iniciativa económica? Direito de Propriedade? (para além do mínimo existencial). E a funcionalização dos direitos individuais ao projecto colectivo de sociedade?
.
Há outros pontos que se podem desenvolver. Como não se usar o mesmo critério. De um lado, o fascismo é criticado pela experiência histórica; do outro, ao comunismo rejeita-se essa crítica e volta-se à dimensão utópica. Mais central, gostava de saber como é possível compatibilizar o comunismo (que pressupõe uma dada forma de organização económica) com a democracia (sem ser com um arsenal de limites materiais de revisão que castrem toda a evolução económica...). Por fim, porque não consigo rejeitar a experiência histórica, um único exemplo de um Estado comunista que tenha respeitado os direitos fundamentais. Nem que a singela liberdade de expressão.
E com isto a fugir do ponto chave: o que é o Comunismo, asbtraindo das infinitas variações.
.
Adenda: como continuo sem poder comentar - o comentário feito ao meu próprio post foi por vias um bocado estranhas - uma nota, a propósito do direito de propriedade: "http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html", de que me lembrei a propósito do texto de Robespierre no post anterior. Encíclica Rerum Novarum.

Ideologia Comunista

Ouvi hoje nas noticias que o nosso ditador residente naquele ilhéu quase no meio do atlântico, veio pedir uma revisão constitucional para pedir o fim das associações que perfilhassem o ideal comunista.
Isto merece, (para além de uma gargalhada sonora, e de uma certo insulto a esse senhor), algumas considerações.

1.Verificar em que se baseia o argumento do sr. alberto joão da madeira. O argumento baseia-se no artigo 49/4 da nossa cara C.R.P. (que por alguma razão que eu também não vou explorar aqui, é odiada pelo pessoal da direita), que diz que são proibidas as associações de cariz fascista. Segundo esse senhor, ele acha que por uma razão de coerência, tal como são proibidas as associações fascistas de direita, devem ser proibidas as associações fasciastas de esquerda.

2. Logo a seguir, o sr Alberto João, diz que o partido comunista, no entanto não seria abolido. (então porquê? segundo esta "??Logica??" o partido comunista deveria ser abolido porque perfilha o ideal comunista.)

3. Criticas a fazer: A verdade é que o senhor alberto joão confunde o que é uma ideologia comunista, com aquilo que na realidade se passou em paises como a união sovietica e outros do bloco de leste, que (para que sabe o que é a ideologia comunista) na realidade não foi comunismo, mas uma ditadura do partido, com umas pinceladas leves de comunismo.
Ele compara o comunismo ao fascismo, mas a verdade é que não há possibilidades de comparação. O comunismo na sua ideologia não nega direitos e liberdades fundamentais (algo que a ideologia fascista EXPRESSAMENTE nega) E este é um ponto chave. Pois numa sociedade democrática, o respeito pelas liberdades é essencial.

Outros pontos de comparação: O comunismo prevê a intervenção de todas as pessoas interessadas na adminstração, enquanto o fascismo não. O fascismo baseia-se na ideia do culto do Chefe que sabe para onde vai e o que é melhor (lembra um bocado o absolutismo), o comunismo tem como objectivo que sejamos todos iguais, que partamos da mesma plataforma, pois só assim se conseguirá igualdade de oportunidades etc. O fascismo não! O fascismo acha que devemos cooperar todos juntos para cumprirmos a orientação do chefe. Não interessa o ponto de partida.

Mas acima de tudo O comunismo não é possivel num mundo actual é apenas uma teoria, que se concretiza num socialismo mais intervencionista do estado. Digamos que é impossivel, pois baseia-se na ideia que a pessoa humana é bondosa e altruista, e que não é gananciosa. Baseia-se numa ideia que todos temos as mesmas condições a partida, e na ideia de que só funcionaria o comunismo se todo o mundo fosse comunista.
O fascismo, ao invés, é uma realidade. Quer se proibir uma ideologia, pela perversão desta, comparando-a com uma ideologia que pela nossa experiencia, e por que a propria ideologia o refere, acha que os direitos fundamentais devem ser comprimidos.

Ps: isto é uma ideia puramente pessoal. A sdd nao se responsabiliza pelas opiniões do autor etc etc

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Desabafos...

Há disciplinas fáceis, difíceis, exigentes e impossíveis...

Curiosamente as impossíveis (no sentido em que é impossível uma maioria ter as notas que esperava), podiam ser integradas no lote das outras três...

Falando em disciplinas irmãs, porquê que Direito das Obrigações é exigente e Direitos Reais é o chamado cadeirão impossível?

A maior frustração de um estudante, não é reprovar quando não estudou, é reprovar sabendo que em circunstâncias normais passava...

Das maiores frustrações como colega é ver cerca de 200 pessoas inscritas a Reais na segunda fase, quando inicialmente estavam à volta de 250 e as salas estavam cheias como nunca vi (e tão cheias de pessoas de outros anos, do quarto, quinto e sexto ano se existissem)

PS: Chego à conclusão que qualquer disciplina pode fazer parte de qualquer categoria.
PS2: Partilho convosco esta frustração porque reprovei a Obrigações porque mereci, mas passei a Reais sem achar que merecia tão mais que os outros todos.

A vende a B

A pergunta do momento. Qual a resolução deste caso pratico? Demorei uma meia hora a perceber, mas com muita tentativa erro

A vende a B
Negocio inexistente, por inindeterminabilidade do objecto
:)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quando roubar bancos tinha razão de ser

Morreu Palma Inácio, resistente antifascista


"Morreu hoje, aos 87 anos, Palma Inácio, figura política da resistência ao regime salazarista. Hermínio da Palma Inácio tornou-se conhecido por protagonizar o primeiro desvio político de um avião, 10 de Novembro de 1961, por ter participado no assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, de onde levou cerca de 30 mil contos - uma fortuna para a época - e ainda por ter planeado tomar a Covilhã."

14.07.2009 - 14h51 PÚBLICO, com Lusa

segunda-feira, 13 de julho de 2009

CR9

Na sequência dos comentários ao último post, ocorreu-me colocar uma breve nota sobre o Ronaldo. Independentemente de falar melhor ou pior, é um atleta de topo naquela que é, provavelmente, a modalidade desportiva com maior impacto económico e social.
Provavelmente, mais gente no mundo já assistiu a uma partida de futebol do que, por exemplo, a uma missa, ou a um discurso do Obama. O futebol sempre parece unir mais do que uma religião ou a política.
Nesse mundo, foi a de Ronaldo a transferência mais cara de sempre.
O rapaz é "profissional" há anos, desde miúdo.
Denegrir o homem por gastar o rendimento que aufere no que bem lhe interessa é confundir planos completamente diferentes. Como se fosse melhor ou pior profissional consoante fosse melhor ou pior gestor da fortuna própria.
O mediatismo em volta do Ronaldo não tem nada que ver com a sua qualidade enquanto atleta. É o mesmo que dizer que o Obama é incompetente por causa do impacto gerado pela sua candidatura.
Quando aplaudo o Ronaldo não é o seu aspecto de "ícone" dos tempos modernos. Trata-se, aí, de uma construção puramente artificial, marketing puro. Central é o trabalho que tem vindo a desempenhar ao longo dos últimos anos - extraordinário.
Pode sempre dizer-se - claro... - que o ele faz o que gosta, isso também eu, se me pagassem para jogar à bola. Parecem-me é comentários tão desajustados à realidade que nem carecem de réplica. Como se "gostar" tivesse qualquer coisa que ver com "profissionalismo".
Há menos jogadores da primeira liga portuguesa de futebol do que, por exemplo, professores universitários(1). Daqui se afere o elevado nível de especialização que se exige nesse mercado altamente concorrido. Ronaldo é um atleta de topo, numa liga de topo. Dá-se ao luxo de transitar de um colosso do futebol para outro. No fim de tudo isto, dizer que ele é uma aberração porque gasta mal o dinheiro ou não é bem falante parece-me resultar de um profundo desajuste com a realidade.
É por isso que eu o admiro. E por isso, também, que fico feliz ao saber que é português. E por isso, para terminar, que me é indiferente se ele compra 2 ou 5 carros.
Se o CR9 fosse cool, ou estrangeiro, aí ao estilo do Richard Branson, da Virgin, talvez fosse mais fácil que dele gostassem.
(1) não confirmei. Mas 16 equipas com 30 atletas cada (que não têm) dá 480.

domingo, 12 de julho de 2009

Ando meio alheado do mundo e cheguei a esta informação pelo Odisseia. Procurei a notícia, a confirmar, e está contida, por exemplo, aqui. Transcrevo o primeiro parágrafo:
"A pianista Maria João Pires vai renunciar à nacionalidade portuguesa, tornando-se aos 65 anos cidadã brasileira. A notícia é avançada pela Antena 2 da RDP, que adianta que a pianista se fartou “dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português"."
Independentemente da qualidade ou falta dela nos projectos de Maria João Pires (não me interessa), tenho pena que renuncie à nacionalidade portuguesa por problemas com...o governo. Pode haver muito idilismo da minha parte, mas continuo a achar que Portugal é um bocado mais do que isso. Talvez aqui me favoreça das aulas de Direito Administrativo onde, logo ao início, distinguimos o Estado enquanto pessoa colectiva por excelência (Administração Directa) do Estado enquanto comunidade política organizada. Sempre preferi esta segunda acepção, afinal, a única que reflecte o Estado enquanto qualquer coisa que permanece além dos ciclos eleitorais.
Como português, tenho pena que uma portuguesa deixe de o ser por receber coices e pontapés do Governo. Valham-nos os que não renunciam. Como Torga (que recebeu riscos azuis nos seus livros e estadias em calabouços).
*isto para dizer: não vejo coragem nem louvo o acto; e só o comento porque publicizado.

(café da manhã e) Amor (não será o melhor café?)

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

(aditamento: por curiosidade, fui ver quantos textos na SD já tinham sido publicados com a etiqueta "amor"... nenhum.. será que falar de amor é assim tão difícil? preferimos não fazê-lo? curiosidades...)

(café da manhã e) Dto Civil

"o eu põe o não-eu e põe o outro" (relação jurídica)

(...) "a máscara - persona - dada aos homens no teatro da vida jurídica" (sobre a personalidade jurídica)

Cabral Moncada

sábado, 11 de julho de 2009

Saudi 'genie' sued for harassment

A family in Saudi Arabia is taking a "genie" to court, accusing it of theft and harassment, reports say.

A local court says it is trying to verify the truthfulness of the claims "despite the difficulty" of doing so.

(Café da manhã e) kant

"O homem é um animal que, quando vive entre os seus congéneres, precisa de um senhor. Com efeito, abusa certamente da sua liberdade em relação aos outros semelhantes; e embora, como criatura racional, deseje uma lei que ponha limites à liberdade de todos, a sua animal tendência egoísta desencaminha-o, no entanto, onde ele tem de renunciar a si mesmo. Necessita, pois, de um senhor que lhe quebrante a própria vontade e o force a obedecer a uma vontade universalmente válida, e possa no entanto ser livre. Mas onde ele vai buscar este senhor? A nenhures, a não ser no género humano. Mas tal senhor é igualmente um animal, que carece de um senhor. Pode, pois, proceder, como quiser; não é, pois de prever como é que um chefe de justiça pública venha a conseguir tornar-se justo; quer ele se busque numa só pessoa singular ou numa sociedade de pessoas escolhidas para o efeito. Pois, cada uma abusará sempre da sua liberdade se não tiver acima de si ninguém que sobre ela exerça poder em conformidade com as leis.
O chefe supremo, porém deve ser justo por si mesmo e, não obstante SER HOMEM. Por conseguinte, é a mais difícil de todas as tarefas; mais ainda, a sua solução perfeita é impossível: de um lenho tão retorcido, de que o homem é feito, nada de inteiramente direito se pode fazer. (...)

Kant

Antes que vás com os porcos

Orlando de Carvalho o homem, a lenda, o mito, e outro adjectivo

Pois é!
A verdade é que nesta época de exames ouvi falar mesmo muito deste homem Orlando de carvalho. E a verdade é que o homem nao era pera doce... pelo menos é o que o mito diz.

Vamos ver:
Orlando de carvalho foi professor de direitos Reais em coimbra, e provavelmente um dos mais controversos. Eu fiquei a saber 3 historias sobre orais dele. O que é mito e verdade.. mmmm eu nao sei bem... Ja rollou tanta tinta, e nem nos depoimentos dos alunos confio, pois podem fazer dele um mefistofoles pior do que ele ja era :P

Entao a lenda maior é a de um rapaz que numa oral entrou todo bronzeado. Orlando de carvalho diz:
"entao esta ai todo bronzeado. sim senhor. Entao tem ido a praia em vez de estudar?"
Aluno: " sr professor eu ALUGUEI um apartamento na costa da caparica e por isso é que estou bronzeado"
Orlando: "muito bem! A sua oral acabou! Olhe e a ir para casa nao se esqueça de arrendar um taxi... "
Lololol

A outra é a de que orlando de cavalho reprovou 14 alunos numa oral com a pergunta:
A vende a B Quid juris?
(so para dar pica, eu so vou dizer a solução da proxima vez que aqui voltar, por isso tentem responder)

A terceira historia é a de que ao entrar um aluno com um ar meio sonso na oral, Orlando de carvalho diz para o funcionario: "olhe traga-me um fardo de palha" (insinuando que seria para o aluno)
e o aluno diz: e um copo de agua para mim tambem"
(nao passou nessa oral... nao percebo porque...)

O homem, o mito, a lenda, o mefistofoles... Bem se souberem mais, por favor digam

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Gente Pequena de Portugal

Imaginem que um grupo chamado "Gente Pequena de Portugal" pedia à ERC para proibir a palavra anão da televisão, por a considerar tão ofensiva como o calão racista. Era estranho, não era?


Foi isso que aconteceu à dias, do outro lado do Atlântico, quando a "Little People of America" pediu à "Federal Communications Comission" que banisse a palavra "midget".

Acham isto razoável ou sou só eu que não vejo mal nenhum em chamar anões às "gentes pequenas" ou pretos às "pessoas de cor"*?

* Como se eu fosse o quê? Buraco negro? Transparente?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"You and what army?"

Era uma vez um temível pirata que cruzava os mares em busca de ouro e fama. Durante anos saqueou grandes navios, queimou cidades inteiras, perdeu a conta às vidas que levou. Mal sabia ele que havia cometido o erro de ser contemporâneo dO Grande Alexandre, o homem que conquistou da Grécia à Índia, da Pérsia ao Egipto, tudo quanto havia para conquistar. O imperador-deus, sabendo das actividades dos piratas, organizou uma grande frota para capturar o pirata e trazer paz aos mares. A armada de Alexandre cedo subjogou as embarcações dos piratas e levou o seu chefe junto do imperador, para que este decidisse do seu futuro. Alexandre perguntou então ao pirata: "Como ousas tu infestar os mares? Pretendeste tornar-te seu senhor?" O pirata retorqui: "Como ousas tu infestar a terra? A mim que tenho um pequeno barco chamam-me ladrão, a ti que tens uma grande frota chamam-te imperador."

Eu já sabia do fenómeno, mas só quando li aqui que o negócio das empresas militares valia 100 mil milhões de dólares por ano é que me apercebi da sua dimensão. Se fossem meia dúzia de sujeitos pagos a soldo eram assassinos, como fazem parte de uma grande multinacional são trabalhadores por conta de outrém. Se o cabecinha tivesse vinte ou trinta a seu mando era um mafioso, como tem mil é um empresário. Há cada uma!

Talvez seja preconceito, mas se rios privados, segurança social privada ou serviço nacional de sáude privado me parecem conceitos perigosos, mais me parece o de exércitos privados - talvez por mexerem com armas e carros de combate e terem muito poucos problemas em matar gente quando não têm a missão de o fazer...

E o Direito que feche agora os olhos que isto não é para ele ver.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Esta semana tenho andado por sítios muito estranhos

"Pai, dirigimo-nos a Ti pedindo perdão e procurando o Teu conselho e a Tua orientação.

Conhecemos as Tuas palavras, "Ai daqueles que chamam ao mal bem", mas isso é exactamente o que temos feito.

Nós perdemos o equilíbrio espiritual e pusemos valores do avesso.
Nós confessamos que temos ridicularizado a verdade absoluta da Tua palavra e chamado-lhe pluralismo.
Nós temos idolatrado outros deuses e chamado-lhe multiculturalismo.
Nós temos patrocinado a preversão e chamado-lhe aceitação de estilos de vida alternativos.
Nós temos explorado os pobres e chamado-lhe lotaria.
Nós temos ignorado os que mais necessitados e chamado-lhe auto-preservação.
Nós temos premiado a perguiça e chamado-lhe bem-estar social.
Nós temos morto crianças por nascer e chamado-lhe escolha.
Nós temos morto abortistas e chamado-lhe justificação.
Nós temos negligenciado a educação das nossas crianças e chamado-lhe construir auto-estima.
Nós temos abusado do poder e chamado-lhe habilidade política.
Nós temos cobiçado as coisas dos nossos vizinhos e chamado-lhe ambição.
Nós temos poluido o ar com blasfémia e pronografia e chamo-lhe liberdade de expressão.
Nós temos ridicularizado os valores ancestrais dos nossos antepassados e chamado-lhe progresso.

Procura-nos Senhor e conhece hoje o nosso coração, testa-nos e vê se há em nós crueldade, limpa-nos de toda o pecado e liberta-nos.

Guia estes homens e mulheres, que estão aqui por vontade do povo o Kansas e que foram ordenados por ti para dirigir este grande estado.

Concede-lhes sabedoria para governar e que as suas decisões nos conduzam ao centro da tua vontade. Peço-o em nome do teu filho, o salvador vivo, Jesus Cristo.

Amen"

Oração proferida pelo Rev. Wright a 23 de Janeiro de 1996, durante a primeira sessão do congresso do Kansas. Depois destas palavras um congressista abandonou a sala e três proferiam discursos criticando as palavras do pastor, o que gerou uma enorme discussão e acesa troca de palavras entre republicanos, que tinham convidado o orador, e democratas, que se sentiram ofendidos pela "mensagem de intolerância" do Rev. Wright. Na comunicação social o tema foi profusamente discutido.

terça-feira, 7 de julho de 2009

10 de Junho




Podem pensar que é o Dia de Portugal - ou o Dia de Portual, de Camões e das Comunidades - mas para os texanos, desde 2000 este é conhecido como o Dia de Jesus, depois de decreto com data de 17 de Abril desse ano, assinado por George Bush, na altura governador do Texas.

Deixando os comentários para mais tarde, resta-me esperar que ninguém se lembre do mesmo por aqui e passemos a ter um dia de Portugal, de Camões, das Comunidade e de Jesus.


Há uns dias, pus um post aqui, na SDD, a falar da Revista de Legislação e Jurisprudência; retomo o essencial: sinto-me uma espécie de detective com folhas de jornal coladas na parede. Para além daquilo que importa, há sempre artigos ao lado. E de vez em quando novidades engraçadas.
Já na altura pensava em publicar o que abaixo coloco. Mas como não tinha comigo as folhas em que o excerto se encontrava, deixei para quando as tivesse de ver de novo, poupando algum trabalho. Tal como no outro post, o excerto é da autoria de Antunes Varela (RLJ nº 3910, p.7). É uma espécie de marketing jurídico:)
Os sublinhados são meus.
"No primeiro foram versados os seguintes temas:
a) O Doutor CASTANHEIRA NEVES deu continuidade ao seu profundo estudo sobre (...)
b) O Doutor ALMEIDA COSTA publicou uma utílissima (...)
c) O Doutor GUILHERME MOREIRA publicou, na área da sua especialidade, três valiosas comunicações com os seguintes títulos: (...)
d) O Doutor SINDE MONTEIRO trouxe ao conhecimento dos leitores da Revista a prestigiante comunicação que apresentou na Universidade de Heidelberg sobre (...)
e) O Doutor ALVES CORREIA iniciou a publicação de um exaustivo e esclarecedor estudo intitulado (...)
f) E, por último, da nossa autoria, foi concluída a publicação, iniciada no ano anterior, do estudo sobre (...) e publicada uma palestra que proferimos na Faculdade de Direito de Coimbra, sobre (...)". Não há, de facto, nada a sublinhar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

pois.

domingo, 5 de julho de 2009

Foste um bom robot hoje?

O texto do Henrique lembrou-me uma frase que acompanhou a minha adolescência. Escrita com letra esmerada, num muro de cor avermelhada, junto à Faculdade de Letras, dia e noite, a frase teimava em provocar quem parava juntos aos semáferos: "Foste um bom robot hoje?"


Lembro-me de uma aula de Língua Portuguesa, no 10º ano, em a Professora Carla Caria se referiu àquelas palavras. Não me lembro do motivo, mas recordo bem ter pensado: "Não estou sozinho no mundo. Alguém mais se sente preturbado, agitado, incomodado. Alguém mais olha para aquele muro e vê, mais do que palavras ilegais escritas na parede, um subtil apelo a constantemente repensarmos as nossas vidas".

E tu? Foste um bom robot hoje?

"Porque ser homem não é ter felicidade mas apenas ser humano."

Há dentro de nós um poço. No fundo dele é que estamos, porque está o que é mais nós, o que nos individualiza, a fonte do que nos enriquece no em que somos humanos. E a vida exterior, o assalto do que nos rodeia, o que visa é esse íntimo de nós para o ocupar, o preencher, o esvaziar do que nos pertence e nos faz ser homens. Jamais como hoje esse assalto foi tão violento, jamais como hoje fomos invadidos do que não é nós. É lá nesse fundo que se gera a espiritualidade, a gravidade do sermos, o encantamento da arte. E a nossa luta é terrível, para nos defendermos no último recesso da nossa intimidade. Porque tudo nos expulsa de lá Quando essa intimidade for preenchida pelo exterior, quando a materialidade se nos for depositando dentro, o homem definitivamente terá em nós morrido.

Já há exemplos disso. Um dos mais perfeitos chama-se robot. É invencível pensarmos o que será o homem amanhã. E nenhuma outra imagem se nos impõe com mais força. Mas o que desse visionar mais nos enriquece a alma é que o homem então será possivelmente feliz. Porque ser homem não é ter felicidade mas apenas ser humano. Não há grandeza nenhuma feliz e é decerto por isso que se diz que os felizes não têm história. A única felicidade compatível com a grandeza é a que já não tem esse nome, mesmo que o tenha. Chamemos-lhe apenas compreensão ou aceitação.

Vergílio Ferreira

aforismos*

Age de tal modo que as tuas acções não tenham como objecto (consciente ou inconsciente) a dor de outrem. Qualquer desculpa será fraca face a essa tua acção. A universalidade do teu acto terá base no simples respeito por ti e pela consciência da humanidade em ti. Atingindo tal maturidade, a tua acção, mesmo que inconsciente, nunca poderá magoar alguém...

Simples?

sábado, 4 de julho de 2009

poder*

Tenho medo!
Medo da incompreensão e da desilusão. Medo esse capaz de me levar à apatia e ao isolamento. Mas, pior que essa solidão castradora, que apenas me pediria que me habituasse a ela, tenho medo em relação a controlar outrem. Tenho medo de sentir o apelo ao Poder. Tenho medo de me tornar arrogante e de impôr a minha visão aos outros. Medo esse sem grau... Receio tal limitação à minha humanidade, aquela minha condição que me faz ser igual a outrem e que me faz partilhar as mesmas necessidades que todos reconhecem e sentem.
No dia em que o Poder me dominar, esta estulta posição, fará com que me deixe de preocupar pelo que os outros pensam e sentem, deixarei de ver os outros como iguais. Um autoritarismo desmedido que me fará impôr o meu mundo a todos os outros. Eles serão meus súbditos e a rebelião não terá lugar. Deixarei de ser Homem para me considerar um Deus.
O Poder limita a beleza das Ideias. E uma ideia com base em tão pérfido sentimento, ao perpetuar-se no Tempo, levará a uma corrupção sem limites do nosso próprio coração. Pior que aquele que odeia o Homem é aquele que nasceu a amá-lo e, deformando a razão de seu coração, procura a sua superioridade face aos seus semelhantes.
Tenho medo...
E, enquanto, souber falar desta forma simples, tal qual uma criança trocista, saberei que em mim habita o Respeito.

aditamento: * Porém, ao sentir medo por tal apelo, torno-me frágil e pronto a ser corrompido... Triste condição.

Breviário

Esse é o título de um livro publicado em 2007 pela in-libris, por um professor da nossa casa. Vejam se adivinham quem é - se é que alguns já não sabem - pelo poema que vos deixo em baixo. Violando direitos de autor - acho eu, infelizmente não há uma cadeira de direitos de autor - vou apenas revelar a autoria do texto amanhã.


Se

Se eu hoje morrese,
o mundo ficaria igual.
Nada de parangonas nos jornais,
nem bandeiras a meia has,
caras públicas pesarosas,
lutos nacionais decretados.

Se eu morrer,
apenas Tu sentirás que parto,
Somente Tu acharás que uma parte
de ti aspirou e regresoou ao Infinito.
Só Tu me recordarás perante os outros,
assegurando o estrito cumprimentos
do legado que Te confiei:
de jamais a memória da minha Luz
se apagar num espaço de Trevas.

Quando eu hoje morrer,
não será o sangue que deixará de correr.
Serão antes colibris de mil cores
que esvoaçarão em bandos
para terras mais quentes, mais favoráveis.
Quentes? Talvez frias, ao invés.
O calor sempre me confundiu.
Com o frio pensava melhor,
tinha consciência e controlo
sobre mim.
Sim. Serão então pássaros do frio
que desenharás na minha pedra tumular.

Se eu hoje morresse,
queria que do epitáfio contásse:
"Àquele a quem viver foi um misto de fardo
e de leveza de pena".

Adenda: André Lamas Leite

da filosofia*

(1) "Uma criança mostra-se surpreendida: "tento constantemente pensar que sou outro e afinal sou sempre eu." Este rapaz atingiu uma das origens da certeza, a consciência do ser na autoconsciência; pasma perante o enigma do eu, incompreensível a partir de qualquer outra coisa."

(2) "Outra criança ouviu contar a história da criação do mundo: no princípio criou Deus os Céus e a Terra... e logo perguntou: "o que havia antes do princípio?" Esta criança aprendeu a ilimitada possibilidade da interrogação, a impossibilidade de suspensão do entendimento para o qual não há uma resposta concludente".

(3) "Outra menina sobe uma escada para fazer uma visita. Apercebe-se de que tudo se vai tornando diferente, ficando para trás e desaparecendo, como se deixasse de existir. "Mas há-de haver alguma coisa que seja firme... hei-de fixar que estou subindo a escada para visitar a minha Tia". O temor e o espanto que provoca a transitoriedade efémera e universal convidam-na a procurar, perplexa, uma solução".

* "... em assuntos filosóficos quase todos se consideram competentes. Enquanto se reconhece que para a compreensão das ciências é necessária uma aprendizagem, uma disciplina e um método, em relação à Filosofia todos se arrogam o direito de levantar a voz sem mais e dar a sua opinião. Julga-se condição suficiente a própria condição humana, o destino e a experiências próprias."

*2 "O pensamento filosófico deverá ser sempre original. Cada homem deverá realizá-lo por si próprio."

Karl Jaspers

sexta-feira, 3 de julho de 2009

God Hates the World and All It´s Children

Isto não é uma piada, ou pelo menos não foi feito enqunato tal. A música foi escrita e interpretada por membros da Igreja Baptista de Westboro, uma comunidade de crentes liderada por Fred Phelps fundada em 1955, no Kansas, conhecida pelos seus cartazes coloridos com frases provocadoras com os quais se manisfestam regularmente em funerais de soldados americanos mortos e outras cerimónias militares, bem como nos funerais de homossexuais. Fazem 6 manisfestações destas diariamente e 15 aos Domingos, geralmente em Topeka (onde fica a referida Igreja) mas para eventos especiais, como o funeral de gays vítimas de violência, ou de SIDA, ou até grandes concertos de música pop, chegam a viajar muitos milhares de quilómetros. Desde 1991, o grupo diz ter participado em mais de 45 mil manifestações em 650 cidades.


EMBED-Westboro God Hates The World Music Video - Watch more free videos

Notas jurídicas: Durante os anos 90 o grupo ganhou uma série de processos em tribunal conseguindo arrecadar várias centenas de milhares de dólares pela o facto de terem sido proibidos de se manisfestar em funerais. Em 2004 o estado do Kansas passou legislação proibindo manifestações em funerais. Em 2007 a família de um "marine" recebeu 5 milhões de dólares, depois de o grupo se ter manifestado durante as cerimónias funebres. No mesmo ano Phelps foi preso no Nebraska por "contribuir para a delinquência de menores", quando deixou que uma criança de oito anos calcasse a bandeira americana (crime no Nebraska) durante uma manifestação. A defesa alegou que o acto da criança era uma expressão da sua liberdade de expressão e que a lei era inconstitucional, enquanto os procuradores defendiam que se tratava de um acto de incitamento à violência, se não mesmo uma forma de abuso de menores. A defesa da Igreja é feita por membros da mesma através de uma sociedade de advogados criada para o efeito e dirigida pelo próprio Phelps.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Chamando os bois pelos nomes

Manuel Pinho nunca foi conhecido por ser uma pessoa ponderada, ou por medir bem as suas palavras, por isso a sua atitude irreflectida nem destoa assim tanto do resto das suas intervenções como Ministro.


Demite-se depois de uma cena "triste", "lamentável", "injustificável", "desprestigiante para o Parlamento". Mas acho que talvez mais triste tenha sido o aproveitamento político da situação que se seguiu, com o desfile de notável dos vários partidos da oposição a verem aqui um sinal de desnorte "dos membros do governo", diziam uns, outros menos "do governo", "reflectindo uma atitude de crispação típica do Primeiro-Ministro"*. Na minha opinião mais "triste", "lamentável", "injustificável" e "desprestigiante para o Parlamento" são estas afirmações, estas extrapolações, estas afirmações demagógicas que tentam vender gato por lebre, embrulhando tudo em psicologismo e dramatização.

Aquilo que eu vi foi um Ministro a ter uma atitude de uma infantilidade ridícula. Quem é que se pode sentir ofendido quando alguém faz de touro à sua frente? Ele só se humilhou perante os deputados presentes e perante todos os portugueses! Isto merecia uma gargalhada geral, o Ministro corava, percebia o que tinha feito, o vídeo corria o Youtube e acabava aqui. Queremos mesmo dar cabo da vida de uma pessoa, que o Ministério da Economia fique a ter um Teixeira dos Santos em part-time, numa altura de crise como esta, por uma questão tão lateral como esta?

Eu não gosto do Manuel Pinho, já não gostava, nunca me pareceu que ele estivesse à altura do que lhe era pedido, mas o senhor esforçava-se, andava a correr o país a tentar fazer com que as empresas não fechassem, a negociar com toda a gente, às vezes a prometer mais do que devia, outras a fazer declarações um pouco bizarras, mas nunca apareceu como uma pessoa perguiçosa, mal intencionada, desonesta ou mesmo totalmente incompetente. Se calhar estou a ser injusto, mas pareceu-me ser simplesmente um mediocre esforçado para um tempo em que isso não chegava.

Erros todos os cometemos. Infantilidades todos as temos. Muitas vezes a única diferença é que não estão lá câmeras para nos apanhar e ser-se ou não Ministro parece-me aqui secundário. Se um executivo faz isto numa empresa a outro é despedido ou demite-se? Tenhamos a decência de tomar as coisas pelo que elas são e não pelo que gostariamos de fazer delas.


*As palavras não pretendem ser exactas, mas a formulação foi mais ou menos esta.

A segunda volta ao mundo do Magalhães

Do outro lado do Atlântico chega-nos uma carta aberta ao Presidente dos EUA exultando-o para que siga o exemplo de Portugal na Educação. Não quanto à burocracia a que os professores estão sujeitos (apesar de ser ainda pior por lá), não quanto à avaliação (que lá se faz mais a sério), não quanto à forma como os professores são desprezados pela Ministra e pelos seus Secretários de Estado ou pela insensatez que é tentar fazer vingar uma reforma contra a vontade daqueles cuja colaboração é indispensável para o sucesso da mesma, mas sim quanto ao "choque tecnológico" que chegou às escolas portuguesas.

O artigo fala do e-escolinha, do e-escola, da ligação das escolas à internet, das possibilidades lançadas por este programas, da necessidade de renovar metodologias de ensino, de captivar os alunos, etc.

Embora ainda não tenha uma posição muito definida sobre os méritos e deméritos da invasão programada da escola pelas tecnologias da informação, creio que Don Tapscott tem alguns argumentos bastante pertinentes, que nos desveriam despertar para as oportunidades criadas. Não adianta introduzir computadores e acesso à internet mantendo o mesmo método de ensino, mas, pelo contrário, a presença destas tecnologias tem de servir de suporta a mudanças mais estruturais na maneira de aprender e ensinar.

PS: Para ser mais correcto a verdade é que o primeiro Magalhães nunca chegou a completar a viagem.

eureka

A minha ideia começou por ser uma brincadeira. Mas, breves minutos depois, já não me parecia descabida. Na era da especialização, devia haver jus-dicionaristas, ainda que em part-time. Ao que sei, não há nenhum dicionário, melhor dizendo, não há substancialmente nenhum dicionário (parto de uma ideia comum de dicionário, não mais) de expressões jurídicas. E devia haver! Para ter palavras como "valuta" e, na entrada respectiva, derivações como "valutária" e compostos (? não sei se estou a ser rigoroso) como "relação de valuta". Juntando palavra latinas, latinizadas, alemãs (não era bom, para quem não sabe alemão, poder ir à procura de Tabstand?), françesas, italianas (rapporto), neologismos...
Seria um dicionário útil e recheado de coisas engraçadas (bem como uma nova fonte para o alea jacta est do Ari), como a origem do nullum crimen nulla poena sine lege.
Adenda 1: Entretanto, chegou-me, muito gentilmente, esta informação. Pelo menos nominalmente, destrói parte do meu texto.
Adenda 2: Dicionários como o Dicionário Jurídico da Administração Pública não são bem aquilo que pretendo referir. Eu queria um daqueles de uma palavra e cinco palavrinhas à frente a dizer, cruamente, o que aquilo quer dizer. Exemplo:
"dominus negotii": dono do negócio (Gestão de Negócios) [sem explicar o que é a GdN] [ou]
"dominus": senhor. v. tb -» dominus negotii.
Adenda 3: Dão-se por abandonadas as linhas prévias que, todavia, se mantêm, por terem sido publicadas. E, doravante, serei um fiel apoiante de traduções de coisinhas deste género para a língua lusa que já existam :)

quase "alea jacta est"

A palavra "valuta", usada sem itálico, de onde deriva a expressão "obrigação valutária", usada, também, no contrato a favor de terceiro (relação valuta/ relação provisão) não vem nos dicionários: Houaiss, Academia de Ciências de Lisboa, de Morais, Bertrand e um outro, de muitos volumes, cujo nome não decorei.
Uma pesquisa no google informa como esta palavra é uma "avis rara".
Os dicionários têm, isso sim, "valura".

entre o minotauro, o centauro e Hemingway: uma nova revolução cartesiana no sistema penal?

Entre paradigmas biopsicológicos e compreensivos, há que dar o devido relevo dogmático à imputabilidade do Misantropo, não obstante a sua exclusão da culpa nos termos da a-socialidade que lhe é própria. A-socialialidade esta que, para alguns autores (a doutrina lamecense é paradigmática quanto a este ponto), se sobrepõe mesmo às conclusões das teorias do dolo limitado quanto à cegueira ou desrespeito perante a ordem jurídica.
Avista-se uma revolução na dogmática do facto punível a que parte da doutrina já chama mesmo de descaracterização do sistema penal.
A acompanhar nas próximas horas.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eleições na UP - Os Estudantes




Vitórias e derrotas só o são para quem as celebra ou sofre. Há derrotas que sabem a vitória e vitórias com sabor a derrota e uma larga zona cinzenta que permite ao PCP dizer sempre que saiu vitorioso.

Nas eleições para os discentes ao Conselho Geral (CG) a abstenção é a grande vencedora. Pode até já ser típico, mas certamente 92% de abstenção começa a ser exagerado, mesmo para os padrões portugueses, pondo em causa a democraticidade real destas eleições. Mas nem outra coisa era de esperar no climax da época de exames em que ninguém está no Porto e quem está quer é estudar e que ninguém o chateie com listas e eleições para órgãos que apenas 1% dos alunos devem saber para que servem e continuam "lá longe". Há um trabalho de anos de consciencialização democrática a ser feita não apenas na Universidade como na sociedade em geral.

A segunda vencedora é a lista A. Recolheu 1068 votos (64%) o que lhe permitiu eleger 3 representantes: Rui Reis (FMUP, 369 votos), Alexandra Babo (ICBAS, 322 votos) e Paulo Vasconcelos (FEUP, 244 votos). Venceu de forma expressiva em Medicina, Farmácia, Direito, Nutrição, Psicologia e Biomédicas. Talvez a grande surpresa é o facto de Paulo Vasconcelos não apenas ter perdido expressivamente em casa como ter sido o último a ser eleito. Isto porque estamos perante um veterano do movimento associativo, que esteve 3 mandatos à frente da maior AE do Porto, realizando um trabalho que considero excepcional a todos os níveis. Rui Reis e Alexandra Babo mostraram o que já todos sabiam: medicina tem sempre uma grande capacidade de mobilização, talvez por ter alunos mais interessados, mas sobretudo, creio, pelo facto de as respectivas direcções das AE estarem no terreno todos os dias e terem provas dadas.

A lista B não sei se se pode dizer verdadeiramente derrotada. A eleição de Luís Rebelo com 337 votos e a vitória em Engenharia, Economia, Ciências e Letras (quatro das maiores faculdades da UP) pode dar alguns motivos para festejar. Para mais esta seria a lista da mudança, da reacção contra o sistema: surgiu da recém empossada direcção de Engenharia que se uniu à nova direcção de Economia, que chamaram Ciências e procuraram ir buscar votos à praxe de Letras e à oposição derrotada do ICBAS. O lugar que conseguem no CG pode fazer estragos, sobretudo porque, caso cesse a lógica de listas, uma aliança de engenheiros pode ter um peso determinante do CG.

No próximo CG teremos dois médicos e dois engenheiros. Vitória para as Medicinas e Engenharias. Vencem as primeiras mais pela capacidade de mobilização e pela qualidade dos nomes, as segundas até mais pela vastidão do universo eleitoral. A derrota das pequenas e médias unidades orgânicas quase tem sabor a vitória quando Letras, Ciências e Economia, que representam 1/3 dos alunos da UP, saem daqui claramente derrotadas pela abstenção ao ficarem longe de conseguir 1/5 dos votos e não conseguindo eleger ninguém. O único candidato efectivo de Letras consegue apenas 52 votos, de Ciências 104 e de Economia 111. Direito, sem nenhum efectivo, apurou a favor da Lista A quase tantos votos como Letras e Ciências juntos a favor dos seus representantes.

A quantidade de brancos (238) e nulos (181) é de fácil leitura. A maior parte dos quase 29 mil alunos da UP talvez não conhecesse sequer um dos 8 candidatos. Devem contar-se pelos dedos das mãos as pessoas que conheciam os oito e ninguém deve conhecer os 16. O voto em pessoas e não em listas colocava um obstáculo adicional a quem gosta de votar em quem conhecesse, considerando que estamos a falar de desconhecidos. Na FDUP é raro encontrar quem não conheça o Ricardo, o Hugo ou a Maria João (mesmo que seja preciso dizer que é a Presidente da Mesa da SdD) mas eu quase apostava que metade das pessoas em certas faculdades não conhecem o presidente da AE. Para mais este processo é complexo, os órgãos são novos e há muita gente desiludida com o actual modelo e com seus representantes. Na nossa faculdade, não há muito tempo, soube que um aluno, que até já se tinha candidatado à direcção num lugar cimeiro, comentou com um elemento da direcção este que ele não se podia queixar do trabalho que tinha porque até ganhava um excelente ordenado.
Há muito desconhecimento e boletins de voto que são complicados de preencher não ajudam. Pela contagem a que assisti em Ciências (onde numa urna com 89 votos havia algo como 15 brancos e 16 nulos) quase todos os nulos eram de pessoas que votavam em mais de um candidato, geralmente todos os de uma determinada lista.

Direito é o vencedor discreto destas eleições. Teve a menor taxa de abstenção da UP com uns ainda assim vergonhosos 82%. Os 177 votos apurados na FDUP só foram superados na FEUP (cerca de 500) no ICBAS e na FMUP (menos de 300 em cada). Contribuimos com mais votos que Belas Artes, Arquitectura, Desporto e Dentária juntas. Foram os 140 votos da FDUP na lista A que lhe trouxeram o seu terceiro representante. Reforçamos a nossa credibilidade como faculdade activa, mobilizadora e informada no seio da UP, abrindo caminho para os que se seguem serem tratados com outro respeito e garantindo que no futuro não serão negados o lugares merecidos a juristas só porque a sua Faculdade é pequena (afinal o tamanho não importa assim tanto). Finalmente, garantimos a possibilidade real de, já no ano lectivo de 2010/2011, termos um jurista no CG por substituição de um dos dois médicos agora eleitos, que acabam o curso no próximo ano. Se nada de bizarro se passar, seremos os únicos representantes de Direito no CG, e os únicos de uma unidade orgânica de pequena dimensão (menos de 1000 estudantes).

Enche-me de orgulho a nossa conquista de ontem, mas sei que ela só foi possível graças ao trabalho de todos os que vieram antes de nós e cujos nomes já só nos chegam pelos relatos de pessoas com quem apenas nos cruzámos fugazmente. E é por isso que me entusiasma ter visto tantos alunos do primeiro ano a votar pela primeira vez. Tenho esperança de que também neles nasça o bichinho de fazer algo pelos outros, não só na Faculdade, mas também na Universidade do Porto e na FAP e na FNED e no ENDA e na AAAES e em muitas outras siglas que para vocês agora não querem dizer nada, mas que poderão um dia ser a forma de um de vocês contribuir de maneira, sempre singela, para melhorar alguma coisa no mundo.

Obrigado a todos por terem tornado a noite de ontem possível.

Direito e Criminologia são fenomenais!

Precauções a tomar relativamente a procriação, num cenário pos apocaliptico.
(conselhos uteis :P) (Não recomendado a menores de 14 anos)



Vejam e digam o k acham